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terça-feira, 18 de setembro de 2012

União Ibérica e a presença holandesa na América portuguesa



A Doutrina

 

MOTA, Myriam Becho e BRAICK, Patrícia Ramos. A presença holandesa no nordeste açucareiro. In História das Cavernas ao terceiro milênio: Da conquista da América ao século XIX. 1. Ed – São Paulo: Moderna, 2005. 





1.0 Holanda inaugura seu escritório em Recife. As relações comerciais entre o Nordeste brasileiro e a Holanda ganham novo impulso[...] o Escritório Comercial da Holanda no Recife.
1.1 O escritório coroa os investimentos feitos por empresas holandesas na região Nordeste e, principalmente, em Pernambuco.
2.0 Os países Baixos no século XVII. Na segunda metade do século XVI, os Países Baixos – termo que designa os territórios da Holanda e da Bélgica atuais – eram possessão espanhola.
2.1 Em 1568, a Holanda e outras províncias setentrionais dos Países Baixos, de população majoritariamente calvinista, revoltaram-se contra o domínio espanhol.
2.1.1 Em 1579, as províncias do norte e alguns territórios do sul formaram a União de Utrecht, dois anos depois formaram a República das Províncias Unidas dos Países Baixos.
2.1.2 Sob liderança do príncipe Guilherme de Orange enfrentaram os exércitos e frotas da Espanha que só reconheceu a independência em 1648.
2.2 Eram tradicionais os laços entre a burguesia holandesa e os portugueses.
2.2.1 Amsterdã, principal cidade comercial da província da Holanda, fornecia à Península Ibérica trigo e madeiras do Báltico e pescado do Mar do Norte.  Em troca, adquiria de Lisboa vinho, sal, especiarias orientais e açúcar.
2.3 Às Províncias Unidas criaram dois instrumentos para desafiar os dois reinos ibéricos.
2.3.1 A Companhia das Índias Orientais, em 1602.
2.3.2 A Companhia das Índias Ocidentais, em 1621.

3.0 A União Ibérica.  Em 1578, o rei D. Sebastião de Portugal morreu em combate na África e em 1580 Filipe II da Espanha, neto de D. Manuel de Portugal realizou a união.
3.1 A união tornou sem efeito o tratado de Tordesilhas, mas trouxe para os portugueses os inimigos dos espanhóis.
3.1.2 A União Ibérica rompeu os laços comerciais entre portugueses e holandeses.

4.0 O Brasil holandês: A campanha da Bahia. A primeira investida holandesa ocorreu em 1624.
 4.1 A força holandesa chegou à Salvador  com 26 navios, centenas de canhões e mais de três mil homens.
4.2 Em 1625, porém, uma esquadra luso-espanhola bem armada retomou a capital da Colônia.

5.0 A campanha de Pernambuco. A companhia da Índias Ocidentais contou com as pilhagens de Piet Hein e outros corsários.
5.1 Em 1630, uma armada Holandesa ocupou Olinda e Recife mais ficaram isolados em função do cerco feito pelo governador Matias de Albuquerque a partir do Arraial de Bom Jesus.
5.2 Entre 1632 e 1635, com reforços europeus e ajuda de moradores locais os holandeses conquistaram a Ilha de Itamaracá, a Paraíba, o Rio Grande do Norte e por fim o Arraial de Bom Jesus.
5.2.1 Nesse cenário surge Domingos Fernandes Calabar, mulato de Alagoas, perito nas terras onde ocorreu a Guerra brasílica.
5.3 Nassau: Soldado e humanista. O conde João de Maurício de Nassau-Siegen chegou ao Recife, em princípios de 1637, para administrar o território conquistado.
5.3.1 Encontrou a produção açucareira em total desorganização, à destruição de engenhos de açúcar e às fugas de escravos.
5.3.2 Centenas de escravos fugiram para as matas da Serra da Barriga(atual Alagoas) onde consolidaram o Quilombo dos Palmares.
5.4 Os primeiros anos da administração de Nassau foram dedicados a reconstrução da economia açucareira.
5.4.1 Concedeu empréstimos para aquisição de engenhos abandonados e reconstrução dos destruídos.
5.4.2 Ocupou Alagoas e tomou o forte português da costa do Ceará.
5.4.3 Obrigou os proprietários de terras a cultivar mandioca, na proporção do número de pessoas que teriam que alimentar
5.4.4 Instituiu o sistema de liberdade relativa no comercio, para moradores que investiram em engenhos.
5.4.5 Procurou conciliar os interesses dos colonos nascidos no território português, holandês, Frances e inglês e dos colonos de crença católica, calvinista e judia, ainda tinha os indígenas e escravos negros.
5.4.6 Urbanizou um antigo bairro de recife que denominou Cidade Maurícia e incentivou o trabalho de artistas e estudiosos.
6.0 O fim da União ibérica. Em 1640, chegaram ao Brasil notícias da Restauração portuguesa, isto é, da proclamação de D. João, duque de Bragança, como o rei D. João IV de Portugal.
6.1 Portugal assinou uma trégua com os holandeses.
6.1.1 Nassau, entretanto continuou sua campanha militar, com a conquista de Sergipe e a invasão do Maranhão.
6.1.2 No outro lado do Atlântico, os holandeses conquistaram em 1641 Luanda e outras localidades angolanas.
6.2 No início de 1644, choques entre Nassau e a direção da Companhia resultaram na demissão do governador.
6.2.1 Paralelo a isso irrompeu a chamada Insurreição Pernambucana, que provocaria à retirada dos holandeses.
 
6.3 De início D. João IV estava disposto a manter a trégua que reconhecia o domínio holandês em partes da África e da América portuguesa, mas, houve uma queda dos preços do açúcar no mercado Europeu.
6.3.1 Nesse contexto eclodiu, em junho de 1645, a insurreição, motivada pelos empresários que queriam fugir das dívidas com os holandeses, enquanto outros tentavam reaver suas propriedades.
6.3.2 As primeiras conquistas dos revoltosos ocorreram no interior de Pernambuco a seguir tropas vindas da Bahia marcharam para o Recife.
6.3.3 Nesse mesmo período, em 1648, uma expedição expulsou os holandeses do território.
6.4 O historiador pernambucano Evaldo Cabral de Mello apresentou na obra “ O negócio do Brasil – Portugal, os países baixos e o nordeste, 1641-1649”, que a saída dos holandeses não foi obra de conflitos armados e sim de um acordo onde Portugal pagou  4 milhões de cruzados(63 toneladas de ouro) para ter o nordeste de volta.

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