A Doutrina |
MOTA, Myriam Becho e BRAICK, Patrícia
Ramos. A presença holandesa no nordeste
açucareiro. In História das Cavernas ao terceiro milênio: Da conquista da
América ao século XIX. 1. Ed – São Paulo: Moderna, 2005.
1.0 Holanda
inaugura seu escritório em Recife. As relações comerciais entre o Nordeste
brasileiro e a Holanda ganham novo impulso[...] o Escritório Comercial da
Holanda no Recife.
1.1 O
escritório coroa os investimentos feitos por empresas holandesas na região
Nordeste e, principalmente, em Pernambuco.
2.0 Os
países Baixos no século XVII. Na segunda metade do século XVI, os Países
Baixos – termo que designa os territórios da Holanda e da Bélgica atuais – eram
possessão espanhola.
2.1 Em 1568, a Holanda e outras províncias setentrionais dos Países
Baixos, de população majoritariamente calvinista, revoltaram-se contra o
domínio espanhol.
2.1.1 Em 1579, as províncias do norte e alguns territórios do sul
formaram a União de Utrecht, dois
anos depois formaram a República das
Províncias Unidas dos Países Baixos.
2.1.2 Sob liderança do príncipe Guilherme de Orange enfrentaram os
exércitos e frotas da Espanha que só reconheceu a independência em 1648.
2.2 Eram
tradicionais os laços entre a burguesia holandesa e os portugueses.
2.2.1
Amsterdã, principal cidade comercial da província da Holanda, fornecia à
Península Ibérica trigo e madeiras do Báltico e pescado do Mar do Norte. Em troca, adquiria de Lisboa vinho, sal,
especiarias orientais e açúcar.
2.3 Às
Províncias Unidas criaram dois instrumentos para desafiar os dois reinos
ibéricos.
2.3.1 A Companhia das Índias Orientais, em 1602.
2.3.2 A Companhia das Índias Ocidentais, em
1621.
3.0 A União Ibérica. Em 1578, o rei D. Sebastião de Portugal
morreu em combate na África e em 1580 Filipe II da Espanha, neto de D. Manuel
de Portugal realizou a união.
3.1 A união
tornou sem efeito o tratado de Tordesilhas, mas trouxe para os portugueses os
inimigos dos espanhóis.
3.1.2 A União
Ibérica rompeu os laços comerciais entre portugueses e holandeses.
4.0 O Brasil holandês: A campanha da Bahia.
A primeira investida holandesa ocorreu em 1624.
4.1 A força holandesa chegou à Salvador com 26 navios, centenas de canhões e mais de
três mil homens.
4.2 Em 1625,
porém, uma esquadra luso-espanhola bem armada retomou a capital da Colônia.
5.0 A campanha de Pernambuco. A companhia
da Índias Ocidentais contou com as pilhagens de Piet Hein e outros corsários.
5.1 Em 1630,
uma armada Holandesa ocupou Olinda e Recife mais ficaram isolados em função do
cerco feito pelo governador Matias de Albuquerque a partir do Arraial de Bom
Jesus.
5.2 Entre
1632 e 1635, com reforços europeus e ajuda de moradores locais os holandeses
conquistaram a Ilha de Itamaracá, a Paraíba, o Rio Grande do Norte e por fim o
Arraial de Bom Jesus.
5.2.1 Nesse
cenário surge Domingos Fernandes Calabar, mulato de Alagoas, perito nas terras
onde ocorreu a Guerra brasílica.
5.3 Nassau: Soldado e humanista. O conde
João de Maurício de Nassau-Siegen chegou ao Recife, em princípios de 1637, para
administrar o território conquistado.
5.3.1
Encontrou a produção açucareira em total desorganização, à destruição de
engenhos de açúcar e às fugas de escravos.
5.3.2 Centenas
de escravos fugiram para as matas da Serra da Barriga(atual Alagoas) onde
consolidaram o Quilombo dos Palmares.
5.4 Os
primeiros anos da administração de Nassau foram dedicados a reconstrução da economia
açucareira.
5.4.1 Concedeu
empréstimos para aquisição de engenhos abandonados e reconstrução dos
destruídos.
5.4.2 Ocupou
Alagoas e tomou o forte português da costa do Ceará.
5.4.3 Obrigou
os proprietários de terras a cultivar mandioca, na proporção do número de
pessoas que teriam que alimentar
5.4.4
Instituiu o sistema de liberdade relativa no comercio, para moradores que
investiram em engenhos.
5.4.5 Procurou
conciliar os interesses dos colonos nascidos no território português, holandês,
Frances e inglês e dos colonos de crença católica, calvinista e judia, ainda
tinha os indígenas e escravos negros.
5.4.6
Urbanizou um antigo bairro de recife que denominou Cidade Maurícia e incentivou
o trabalho de artistas e estudiosos.
6.0 O fim da União ibérica. Em 1640,
chegaram ao Brasil notícias da Restauração portuguesa, isto é, da proclamação
de D. João, duque de Bragança, como o rei D. João IV de Portugal.
6.1 Portugal
assinou uma trégua com os holandeses.
6.1.1 Nassau,
entretanto continuou sua campanha militar, com a conquista de Sergipe e a
invasão do Maranhão.
6.1.2 No outro
lado do Atlântico, os holandeses conquistaram em 1641 Luanda e outras
localidades angolanas.
6.2 No início
de 1644, choques entre Nassau e a direção da Companhia resultaram na demissão
do governador.
6.2.1 Paralelo
a isso irrompeu a chamada Insurreição Pernambucana, que
provocaria à retirada dos holandeses.
6.3 De início
D. João IV estava disposto a manter a trégua que reconhecia o domínio holandês
em partes da África e da América portuguesa, mas, houve uma queda dos preços do
açúcar no mercado Europeu.
6.3.1 Nesse
contexto eclodiu, em junho de 1645, a insurreição, motivada pelos empresários
que queriam fugir das dívidas com os holandeses, enquanto outros tentavam
reaver suas propriedades.
6.3.2 As
primeiras conquistas dos revoltosos ocorreram no interior de Pernambuco a
seguir tropas vindas da Bahia marcharam para o Recife.
6.3.3 Nesse
mesmo período, em 1648, uma expedição expulsou os holandeses do território.
6.4 O historiador pernambucano Evaldo Cabral de
Mello apresentou na obra “ O negócio do Brasil – Portugal, os países baixos e o
nordeste, 1641-1649”, que a saída dos holandeses não foi obra de conflitos
armados e sim de um acordo onde Portugal pagou
4 milhões de cruzados(63 toneladas de ouro) para ter o nordeste de volta.
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